quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Filósofos de Escola

Quando o homem ficou ocioso, arrumou escravos e parou de trabalhar, quando não se importava tanto com a criação dos filhos e se tornou ocioso, foi que nasceu a filosofia. Sim, quando os gregos pararam de se esforçar e tiveram tempo para ficar olhando a vida dos outros e se irritaram com a crença alheia, neste momento eles decidiram-se tornar “realistas” e começaram a buscar explicação para tudo. Não que muito do nosso mais importante conhecimento não tenha vindo deles, ou que sua ajuda não foi totalmente fundamental. Mas convenhamos que para a época eles se tornaram pessoas com uma auto-imagem maior do que a convencional.

Comparo-os com uma determinada personalidade que conheci recentemente, da qual conhecê-lo pessoalmente fez com que a visão que eu tinha dele, por sua já dita fama, caísse consideravelmente. Se auto-intitulando um experiente filósofo, procura rebaixar qualquer outra forma de pensamento que não siga a sua corrente ideológica e se ajoelha perante renomes da fama dos “atuais pensadores”. Se existe algo que é irritante, isso seria alguém negar o conhecimento alheio e impor-se como única fonte do verdadeiro conhecimento.

Afinal, por tanto mais conhecimento que você tenha, nunca que a sua pessoa passou pelas mesmas experiências que da outrem. Para tanto, a filosofia grega realmente trouxe o pensamento racional e estimulou o homem a abrir seus horizontes, antes fechados pela mitologia. Porém, desvalorizar a crença da população que ainda ocupava seu tempo com trabalho e não dispunha de ociosidade, é realmente tornar-se alguém arrogante, por mais culto que a pessoa tenha sido. A valorização da diversificação é realmente linda. É como dar diversas cores a um quadro, em vez de deixá-lo somente pintado com tinta preta.

Obviamente, os filósofos gregos interligaram diversas culturas, para que uma transmitisse a outra seu cotidiano e seus ideais. Em contraposição, os auto-proclamadores “filósofos” (que não espalham sua ideologia egoísta além da fronteira de uma cidade do interior), impõem suas criações, que nada mais são do que repetições daquilo que alguém com muito mais conceito que ele disse, para os demais “inferiorizados”. Isso não fará com que as gerações que o escutam abram suas mentes. Obedecendo tal pessoa, o máximo que ela conseguirá ser será alguém “alienado a anti-alienação”. Alguém que somente repete os ideais de liberdade mental de forma enjoativa e copiatória, não estimulando o seu próprio tema.

Tomando como base a definição “alienação” como “uma pessoa que age sem realmente entender as coisas, estimulada por algum meio”, apresento os dois exemplos a seguir:

- A sociedade atual se prende muito a televisão. Tornaram-se máquinas que seguem o que a mídia diz. Consumismo desenfreado, moda, status. A pessoa se tornou alienada, fugindo da realidade e se baseando em um estilo de vida que só traz felicidade e liberdade na novela das oito.

- Alguém certa vez, muito bem estudado, entendeu que a sociedade caminhava cega, seguindo o que a mídia dizia. Ele se libertou e proclamou que devemos abandonar esse estilo de vida estereotipado pelos canais televisivos. Algum de seus pupilos escutou isso e passou a abolir a televisão e os meios de comunicação. Prega a todos que aquilo que é exibido é ridículo e deve ser abolido. Sem saber o que se passa, diz que tudo isso que a mídia prega só traz alienação a mente humana. Porém, ele mesmo se tornou um alienado, pois somente repete o que o mestre diz e não procura por si só saber o que a mídia tem de bom ou ruim, ou como fazer para ter uma vida própria.

Qual dos dois tornou-se mais alienado?

Porém, não devemos incitar palavras contraditórias a tais pessoas, pois seria exatamente como atirar pérolas aos porcos, perdendo nosso tempo com palavras valiosas. Tais pessoas são tão mais difíceis de tirar da alienação, por acreditarem que já estão indo contra ela, do que alguém que sempre segue a moda que está sendo exibida na nova minissérie.

Mas, ainda assim, acredito que tais pessoas abandonaram os ideais da filosofia, mesmo que continuem a seguir o estilo de vida dos criadores dela. Pessoas ociosas, que tendem a ruminar repetitivamente aquilo que já foi dito. Diga-me quantos conceitos novos esses “filósofos de escola” já descobriram?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ao Fim de uma Cultura

Houve uma época em que o Brasil vivia sobre uma “cultura de subsistência”. Não cito aqui a economia e a agricultura, mas sim a forma de vida do povo. E cai muito bem este termo ao Brasil. A cultura de subsistência nada mais era do que a produção cultural e intelectual do próprio povo e que visava sustentar somente a si mesmo. Não se sabe quando adotamos esta forma de vida, já que ela habita a terra desta pátria amada desde o primeiro índio que aqui se chegou e teve de se adaptar ao nosso clima e vegetação.

Fortificando estas raízes, os índios caracterizaram o Brasil de uma forma que até hoje podemos sentir traços de seu estilo de vida, embora hoje muito apagada. Mas anos mais tarde (talvez centenas de translações da Terra), os lusos aqui aportaram, descobrindo uma nova morada. Abrigaram-se e trouxeram familiares, trabalhadores e escravos. Invadiram e se misturaram. Implantaram parte de sua cultura, porém não puderam evitar metamorfoseá-la à realidade brasileira, criando assim uma cultura miscigenada e própria do nosso povo.

E por anos afinco resistimos assim. Embrenhamo-nos dentro de nossa própria sabedoria e cultura, explorando as diversas áreas do nosso conhecimento artístico. Inventamos ritmos característicos, roupas próprias, uma forma de pintura peculiar e uma literatura invejável. Fomos durante muito tempo um povo que esquadrinhou seu próprio corpo em busca de novas criações. Sustentamos a imaginação e o interesse da população por nós mesmos, apesar de influenciados diversas vezes, mas sempre caracterizados pela nossa nação alegre e inquieta. Vivemos durante muito tempo pela “Cultura de Subsistência”.

Porém, essa era está chegando ao fim. O Brasil pós-guerra, infectado pelo início da globalização, trouxe muito da cultura estrangeira e deixamos de pegar pequenas influências para valorizarmos as cópias descaradas. Obviamente que a nação sob ditadura despertou a valorização brasileira em um limite quase nunca alcançado, mas esse momento eufórico nacionalista chegou ao fim com a democracia de comércio e relações internacionais. Decidimos voltar nossos olhos para a cultura de fora e acolhe-la ao máximo.

Encerramos a cultura de subsistência e, infelizmente, adotamos de forma cega o comércio de exportação/importação.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Será que tem tanta força assim mesmo ?

Eu não acredito que tudo que eu escrevo realmente vá ser usado por alguém que o leia. Ninguém escreve com esse objetivo. Obviamente, pelo fato de que existem milhões de informações surgindo a cada dia e sentimos a necessidade de esvaí-las, de forma que façamos com que nós mesmos acreditemos que estamos contribuindo com o mundo. E de certa forma estamos.
Como bem disse, não acredito que tudo que escrevo vá ser usado, porém sei que pelo menos uma informação lhe foi útil em certo ponto de vista. Certo ponto de vista pelo fato de que não significa que você há de usar essa informação no seu cotidiano, mas sim pelo fato de que você leu sobre algo que ainda não havia lido, ou descobriu um fator em comum de um pensamento meu para com o seu.
Bem como essa postagem pode ser facilmente descartada, não é necessário que você vire um freqüentador assíduo do blog para adquirir muita cultura, mas sim que o leia de vez em quando para debater um assunto ou alegrar o escritor do mesmo. Porém, não sei se acredito ser merecedor de um “prêmio”, como se diz às correntes blogueiras que nada mais são do que indicações que passam de um a outro, ajudando o desempenho do blog em questão (para maiores informações, indico a postagem que fiz sobre correntes, intitulado “Alguém poderia me dizer o que significa MEME???” – de 16 de Janeiro no marcador Cultura Pop).
Mas, ainda assim, a pequena Jéssica Alves insiste em me indicar para alguns selos que o blog dela ganha. Fico pensando se realmente vale à pena ler meus textos. Bem, para não deixar de mostrar a indicação, aí vai o selo “My Blog Has Total Force”:





Mas, se alguém deveria receber verdadeiramente essas indicações, é óbvio que são os meus amigos aí dos links do lado. Aproveitem para visitar os blogs Erixportfolio, Fundo de Caderno, Eiko Sketchblog e CERG. Tenham certeza que apreciarão excelentes desenhos.

Abraço a todos e agradecimento aqueles que visitam por aqui!
Mais uma vez, agradeço a Jéssica !

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A Moda e sua breve história

Apêndice: Este texto, apesar de ter embasamento em fatos históricos e reais, possui muito da opinião do autor. Devo esclarecer que isto se deve ao fato de acontecimentos recentes que me colocaram frente à situação caótica da nossa sociedade e me inspiraram a revolta e a dor, provinda sobre tudo aquilo pela qual nossos antepassados lutaram e que hoje devo protestar. Passado o momento de desabafo, iniciaremos o texto seriamente.


Moda (do dicionário on-line Priberam): “forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear;”

Diariamente abrimos nosso guarda roupa e escolhemos o que vestir durante determinado dia. Seja uma camisa pólo para ir trabalhar ou um tênis surrado para tocar com a banda, sempre seguimos um padrão, geralmente escolhido por nós mesmos, do que se adequaria melhor para determinada ocasião. Desde os tempos bíblicos foi assim. Determinada veste para determinada ocasião. Eu por exemplo, costumo usar o boné do AC/DC com um cabelo despenteado quando toco bateria, mas pentear o cabelo “engomadinho” para trabalhar no escritório. Sim, um estilo próprio, determinada postura adotada por MIM MESMO (frisemos esta expressão) para que possa viver confortavelmente bem comigo mesmo e ainda assim não escandalize ou ridicularize ao meu próximo que conviverá comigo no ambiente de trabalho ou no passeio ao shopping.
Provavelmente algum de vocês tenha se identificado com a descrição acima, mas sinto informá-lo que não somos maioria. Com exceção da década de 70 e 80, em que a moda (apesar de existir algumas “fixas”, costumeiras a todos) era a criação do seu próprio estilo e da combinação pessoal, às vezes ridícula (talvez seja por isso a semelhança do psicodelismo e do caleidoscópio nos anos 80); a sociedade foi construída a partir de padrões de moda e estilo. Felizmente isso nunca foi um problema muito grande na história humana, mas tem se tornado fator inquietante na atualidade. Façamos uma recapitulação da história para entendermos melhor o assunto.

Por volta do século XIV os pólos do mundo começaram a abandonar o padrão cultural e religioso, que empunha sempre o mesmo estilo para todos aqueles que faziam parte de determinada tribo, feudo ou religião. Surge assim o padrão social, que depende mais das empresas que fabricavam roupas do que dos líderes da época. A elite adquire seu estilo que tende a ser copiado pelas classes mais baixas, visando ter um status melhor (entende-se por “vontade de ser pop que nem o pessoal rico”). Era o início da moda.
A partir de então a moda foi se alterando conforme a situação econômica do país ou do desenvolvimento de tecidos. Porém, tudo sempre foi generalizado. Desde a tenra criança até o senhor de idade vestiam seus ternos ou as madames, suas filhas e vós aqueles longos vestidos. A classificação social e a busca pela moda de tendência pela faixa etária dominante começaram a partir dos anos de 1900, principalmente após a Primeira Grande Guerra. O avanço da mídia, da televisão e do rádio trouxe aos cidadãos as estrelas do momento, em que todos gostariam de copiar para ir a determinada festa. O padrão galante e exacerbado, com chapéus de longas penas e cachecóis plumados, tomou conta da elite. É então que se inicia a moda ditada pelos meios de comunicação. Mas ainda estamos falando de um padrão único para todos. Nada de grupos distintos, até chegarmos nos anos 60.
Ah, sim. Os anos 60. O mundo pós-guerra dos anos 50 mudou completamente tudo que dizia respeito ao estilo de vida, principalmente dos americanos, que passaram a ditar a cultura mundial. Do estrondo de Elvis, aos solos de Chuck Berry; do estilo alegre de Ray Charles ao sensualismo de Marylin Monroe. Sim, os anos 60 acabaram com esses famosos que fizeram história nos anos 50, mas sua época já estava chegando ao fim. Eles se tornariam ícones anos mais tarde. Porém, a nova década trouxe a rebeldia inspirada por James Dean e o mundo passou a olhar mais para o futuro. O que foi encontrado com essa visão da vanguarda? O seguinte pensamento: “o futuro aos jovens pertence”. E foi assim que os influenciadores se voltaram para uma moda mais unissex. Calças jeans, jaquetas de couro, gel para cabelo. Os rebeldes (sim, aqueles eram rebeldes – por favor, não faça analogia alguma com aquela novela latina) passaram a fumar cigarro e a andar em grupinhos com aqueles que tinham o mesmo estilo. A divisão por parte de gostos começava na juventude americana. Enquanto os “boys” se aglomeravam no carro conversível do mais riquinho da turma só para chamar a atenção das garotas que começavam a usar mini-saias, os hippies procuravam apreciar a natureza e a emoção, além de pregarem um futuro de paz e harmonia, protestando contra o sistema capitalista e guerreiro da época.
Já nos anos 70 houve a grande miscigenação dos estilos. Os hippies deixaram de ser isolados e entraram na cultura de forma estrondosa, principalmente pela simpatia dos seus ideais pacíficos. Agregue isso a cultura dos negros, a proliferação do mundo gospel e do romantismo. Pronto! Temos calças boca-de-sino, cabelos Black Power, camisas floridas, penteados dos mais diferenciados. Era como um self-service: a loja te apresentava mil modelos e você os combinava do jeito que bem queria. Paralelamente, alguns boys rebeldes ainda fumavam em seus conversíveis nas estradas de Las Vegas, enquanto no submundo da música os punks ganhavam força e dominavam as noites, azucrinando e perturbando qualquer um que cruzasse seus caminhos.
Então chegou a promissora década de 80. As microfibras e roupas de academia invadiram os manequins que imitavam Fred Mercury. A moda brega e extrapolada contagiava os clipes das bandas da época. Ser colorido ao extremo e possuir o cabelo extravagante era a moda do momento. Porém, mais oculta por essa nova tendência, os punks e góticos continuavam seu trabalho medonho, sendo repugnados pela sociedade e pela mídia. Acredita-se que seja nesta época, através de alguma mistura ocorrida nos grupos de hardcore, que tenha surgido o famoso emocore (para os mais chegados, os Emos), porém ainda apresentavam-se somente em uma ou outra música da banda, não tendo predominância no estilo que o grupo seguia. Os riquinhos rebeldes da universidade ainda existem, mas já são tachados como os vilões mimados da mídia.
Então, nos aproximamos com os anos 90. Devido a grande quantidade de criações das décadas anteriores, os “noventistas” passaram a criar derivações dos estilos, puxando o rock para o seu lado mais descontrolado ou o hippie para um estilo de vida mais moderno. Surgiram assim os grunges, os metaleiros, os extremo-góticos, os clubbers. Apesar de eles sempre existirem, foi nesta década que eles começaram a se isolar dos demais da sua origem e passaram a se dividirem mais dentro de seus próprios estilos. No mundo pop, Kate Moss era o padrão das mulheres, enquanto as mais “descabeçadas” se aglomeravam no “clubberismo”. E talvez seja neste ponto que eu começo a ser mais pessoal do que histórico.
Como disse nosso dicionário amigo lá em cima, a moda tende-se para o passageiro e mutante, enquanto o estilo propaga-se independente da época. Por exemplo, apesar de os anos 70 florescerem descontroladamente com os hippies, eles existem até hoje e ainda têm seus ideais de paz. Assim também os grupos punks, embora com menos força que outrora, costumam causar algum estrago. Porém, a moda (hoje em dia tratada pelo diminutivo “modinha” – da qual eu concordo a nominal, pelo fato de ser algo minúsculo e ridículo) é passageira e afeta a juventude (que não dominará o mundo amanhã, pois já o dita hoje) fraca e carente, que necessita de um líder que os diga o que fazer. Quem sonhava em se vestir como a moda putrefata há sete anos atrás hoje se contenta em molhar a franja. Ou seja, a maior parte da juventude atual não segue um padrão adotado pela condição social de seu estado ou pela influencia musical que lhe é preferida. De forma alguma! Se vestem com aquilo que o outro está vestindo, da qual por sua vez estava olhando para o que um aproveitador disse ser a “parada do momento”.
Sim, dos anos 90 para cá a sociedade jovem se desmantelou e perdeu qualquer laço de amizade antes considerada pelo que a pessoa é. Os grupos passaram a se acumular devido ao modo de vestir que, em vez de corresponder ao que a pessoa deseja corresponde ao que o grupo quer. Percebe o círculo vicioso que isto causa? Abandonar a sua raiz, esquecer o universo de estilos que já existiram para encontrar a combinação que mais lhe agrada (como se fazia nos anos 80), perdeu o valor. Basta você ver o que o grupo está vestindo. E logo isto vai morrer. Sim, lógico que vai. Os clubbers morreram!
E o que temos agora? Emocore! Mundo sentimentalista que em vez de buscar o estado de espírito momentâneo do ser, tendência sua vida para um eterno desconformismo e uma depressão equilibrada constante. Para a nova moda, não se escuta AC/DC quando se está alegre e elétrico e não se busca Led Zeppelin no momento em que está pensativo. Cito esses exemplos seguindo o meu padrão, mas cada um deve possuir o seu. Porém, espero que alguém me diga: QUAL A FUNCIONALIDADE DE SE ESTAR SEMPRE TENTANDO SER DEPRESSIVO?
Infelizmente, não há resposta. Acredito que na verdade é somente a busca atual da juventude por encontrar uma personalidade que ele não pode criar. É encontrar um caráter que ele não pode formar desde criança. É achar no outro o “você”. Em suma, é deixar de ser você mesmo, porque não pode encontrar-se.
Mas, não se preocupem caros leitores. Segundo as estimativas, daqui cinco anos esta raça entrará em extinção. Teremos alguns momentos de paz até que outra moda nasça das cinzas desta (torço para que a próxima geração encontre um meio de vida mais alegre) e veremos os shoppings e praças sem munhequeiras pretas, franjas esticadas e sombras exageradas. Sim, do clubber colorido cheio de cores passamos ao emo descolorido. Abro um parêntese aqui, pois não posso deixar de comentar que já se chegou a seguinte conclusão: um certo clubber não tinha mais dinheiro para comprar purpurina. Triste pelo fato, ele começou a chorar. Surgia assim o primeiro emo. E assim, a partir de um emo que não encontrará mais desgosto na vida, virá a próxima moda.
A você leitor, peço o seguinte: que tenha compreensão, em momento algum quis ofender seu estilo musical. Mas dou meu conselho: seja você mesmo e busque variações que lhe agradem. É deveras enjoativo olhar uma roda em que todo mundo é ridiculamente igual.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mestres do lápis e papel

É muito bacana quando vemos uma criança, avançando pelo seu primeiro ano de idade, pegar um papel e um giz de cera e se distrair por alguns momentos rabiscando e contornando a folha em branco. A criatividade artística dando seus primeiros passos na vida de um homem, representando o passo evolutivo, quando nossos antepassados descobriram técnicas de pinturas rupestres até largarem as paredes e aperfeiçoar a técnica em materiais mais pessoais. O despertar da forma de expressão mais impactante que existe: a pintura e o desenho. Foi através dela que recebemos contextos históricos importantíssimos e aprendemos o padrão de beleza do século XV.
É interessantíssimo ver como aquilo que está para nós “rabiscado”, para as crianças representa seu mais belo trabalho. A forma como sorriem e lhe chamam a atenção para que veja sua obra é extremamente edificante, e faz-nos pensar que a arte nunca foi criada, pois ela nada mais é do que a extensão dos nossos sentimentos.
Infelizmente nem todos conseguem levar adiante tal arte. A pureza dos desenhos infantis vai perdendo valor e esquecemos como é nos expressar através de imagens. Abro um apêndice aqui para dizer que me incluo nesta grande porcentagem humana que abandona tal arte, mesmo já tendo tentá-la inúmeras vezes. Aqueles que vão prosperar nesta empreitada, seja profissionalmente ou por apreço nas horas vagas, irão se tornar os grandes mestres da arte. De Leonardo Da Vinci a Alex Ross; de Van Gogh a Frank Cho, os artistas do passado e do presente vão mostrar aonde nos levaram as “pinturas de caverna”.
Mas nem todas as grandes artes se encontram nos museus ou em revistas de livrarias. Grandes obras estão bem ao nosso lado, na pasta de desenhos daquele amigo da escola ou do colega de trabalho. Artistas tímidos que ainda escondem um grande talento e nos mostram desenhos que representam mais do que um hobbie, são ícones do desenho e da pintura.
Sou orgulhoso em dizer que nasci entre pessoas surpreendentes. Meu irmão, desde tenra idade se mostrou um domador de lápis e papel e posso confirmar isso diariamente. Seus amigos, que foi adquirindo conforme amadurecia neste meio artístico, são de igual nível e posso dizer que estão acima de muitas pessoas que fazem quadrinhos para a Marvel ou a DC (aonde o dinheiro não leva?). São verdadeiros artistas!
Já há algum tempo freqüento um blog chamado Semanal Sketch. Lá estão reunidos grande parte destes artistas da qual vos falei. O tema desta semana para os desenhistas era “Guitarrista”. Surgiram o Slash, o Jimi Hendrix (incrível), e alguns guitarristas imaginários. Porém, fiquei surpreso em conhecer a arte de alguém que ainda não conhecia. Um novo ícone ainda desconhecido por mim. Devo confessar que fiquei boquiaberto ao ver a pintura de uma guitarrista oriental. Realmente fantástico. Me fez pensar quantas pessoas estão escondidas por aí que o mundo precisa urgentemente conhecer. Ou eu sou muito sortudo e todos estes artistas estão do meu lado.
Aí vai a minha indicação, visitem o Semanal Sketch e procurem visitar o blog pessoal do portfólio dos artistas que o freqüentam. Posto aqui algumas das surpreendentes imagens dessas pessoas que se tornaram base para mim!

É minha homenagem, principalmente ao Eric, Israel e Carlos, da qual torço para que tenham sucesso neste ramo que só tem a alegrar os olhos dos admiradores.



Arista: Cris Eiko (sim, é sobre este desenho que comentei na postagem)
Blog: http://tinyeiko.blogspot.com/



Artista: Eric Vanucci
Blog: http://www.erixportfolio.blogspot.com/



Artista: Israel dos Santos
Blog: http://fundodecaderno.blogspot.com/



Artista: Carlos Eduardo
Blog: http://cergportfolio.blogspot.com/



Artista: Fabiana Asai



Artista: Leonardo Romani


Para mais desenhos, visitem os blogs correspondentes ou http://semanalsketch.blogspot.com/

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Contando: do 4 à 6 bilhões


Atualmente o mundo conta com mais de seis bilhões de pessoas. Elas caminham, pensam, interagem, inventam, modificam, casam, escrevem, vivem. Mas não é um número singular. Devemos notar o rodízio da vida, que troca seus moradores a cada segundo. Nascem atualmente 250 crianças por minuto, enquanto outras 100 pessoas estão morrendo. Isto significa que anualmente nascem 131.400.000 bebês e morrem 52.560.000 pessoas. Ou seja, a cada ano há um aumento populacional de aproximadamente 78.840.000. É como se nascessem quase dois estados de São Paulo por ano!
Eu, pessoalmente, completo dezoito anos em 2008. Isso significa que, desde que nasci, nasceram 2.365.200.000 de pessoas e morreram 946.080.000. O aumento populacional do meu nascimento até hoje foi de 1.419.120.000 no mundo todo. Já morei em Valinhos, com mais ou menos 90.700 habitantes; Vinhedo, com 42.800 habitantes, Itapetininga, por volta de 137.700 habitantes e minha cidade atual, Indaiatuba, beirando os 174.000 habitantes. Se nesses dezoito anos eu vi metade da população de cada cidade, então já olhei para 222.600 pessoas. Destas, caminhando pelo comércio e loja, nas escolas e padarias, devo ter conversado com mais ou menos 10% deste total, o que daria 22.260. Tenho certeza de que não me recordo de tantos nomes assim, mas estou convicto de que pelo menos com 2% dessa quantia eu já conversei por mais de três minutos. Ficaram na somatória, 223 pessoas.
Infelizmente nunca confiei em tantas pessoas assim, para fornecer meu e-mail, telefone ou MSN. 40% destas pessoas, eu não gostaria de continuar mantendo contato, afinal algumas não são pessoas de boa conduta ou tem idéias que não se encaixam com as minhas.
Agora temos 89 pessoas na lista. Nem todas elas continuam a corresponder com minha conduta, mas são pessoas das quais eu passaria um tempo conversando ou aceitaria um convite para ir ao shopping. Mas, nem todas elas têm interesse por música ou literatura. Nem todas gostam de adquirir cultura e muito menos de ler o que escrevo. Mas, ainda há alguns malucos que visitariam um blog cheio de inutilidades criado por mim para perder um tempo diário. Digamos que 10% entrariam neste domínio da Internet reservado a mim.
Porém, talvez por não concordarem ou ficarem receosos, somente 50% desses infelizes comentariam meus textos, afinal eles tiveram a capacidade de chegar até o final deles. Hmmm.... Começando desde de lá de cima... Regra de três... Divide a porcentagem...

O QUÊ ??? SOMENTE DE QUATRO A CINCO PESSOAS COMENTAM AQUI NO BLOG ?
Existem mais de seis bilhões de pessoas no mundo (e nesse momento o número já aumentou), e somente quatro comentam ? 144.000 pessoas estão morrendo por dia sem ler meu blog antes ?

Acho que eu preciso conhecer mais pessoas.


P.S. Este foi uma postagem só pra ocupar o dia de vocês. Estou preparando um novo texto: “Quando Morrem os Imortais”, mas não queria deixar o blog sem nada.

Abraço a todos !