sábado, 16 de fevereiro de 2008

A Moda e sua breve história

Apêndice: Este texto, apesar de ter embasamento em fatos históricos e reais, possui muito da opinião do autor. Devo esclarecer que isto se deve ao fato de acontecimentos recentes que me colocaram frente à situação caótica da nossa sociedade e me inspiraram a revolta e a dor, provinda sobre tudo aquilo pela qual nossos antepassados lutaram e que hoje devo protestar. Passado o momento de desabafo, iniciaremos o texto seriamente.


Moda (do dicionário on-line Priberam): “forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear;”

Diariamente abrimos nosso guarda roupa e escolhemos o que vestir durante determinado dia. Seja uma camisa pólo para ir trabalhar ou um tênis surrado para tocar com a banda, sempre seguimos um padrão, geralmente escolhido por nós mesmos, do que se adequaria melhor para determinada ocasião. Desde os tempos bíblicos foi assim. Determinada veste para determinada ocasião. Eu por exemplo, costumo usar o boné do AC/DC com um cabelo despenteado quando toco bateria, mas pentear o cabelo “engomadinho” para trabalhar no escritório. Sim, um estilo próprio, determinada postura adotada por MIM MESMO (frisemos esta expressão) para que possa viver confortavelmente bem comigo mesmo e ainda assim não escandalize ou ridicularize ao meu próximo que conviverá comigo no ambiente de trabalho ou no passeio ao shopping.
Provavelmente algum de vocês tenha se identificado com a descrição acima, mas sinto informá-lo que não somos maioria. Com exceção da década de 70 e 80, em que a moda (apesar de existir algumas “fixas”, costumeiras a todos) era a criação do seu próprio estilo e da combinação pessoal, às vezes ridícula (talvez seja por isso a semelhança do psicodelismo e do caleidoscópio nos anos 80); a sociedade foi construída a partir de padrões de moda e estilo. Felizmente isso nunca foi um problema muito grande na história humana, mas tem se tornado fator inquietante na atualidade. Façamos uma recapitulação da história para entendermos melhor o assunto.

Por volta do século XIV os pólos do mundo começaram a abandonar o padrão cultural e religioso, que empunha sempre o mesmo estilo para todos aqueles que faziam parte de determinada tribo, feudo ou religião. Surge assim o padrão social, que depende mais das empresas que fabricavam roupas do que dos líderes da época. A elite adquire seu estilo que tende a ser copiado pelas classes mais baixas, visando ter um status melhor (entende-se por “vontade de ser pop que nem o pessoal rico”). Era o início da moda.
A partir de então a moda foi se alterando conforme a situação econômica do país ou do desenvolvimento de tecidos. Porém, tudo sempre foi generalizado. Desde a tenra criança até o senhor de idade vestiam seus ternos ou as madames, suas filhas e vós aqueles longos vestidos. A classificação social e a busca pela moda de tendência pela faixa etária dominante começaram a partir dos anos de 1900, principalmente após a Primeira Grande Guerra. O avanço da mídia, da televisão e do rádio trouxe aos cidadãos as estrelas do momento, em que todos gostariam de copiar para ir a determinada festa. O padrão galante e exacerbado, com chapéus de longas penas e cachecóis plumados, tomou conta da elite. É então que se inicia a moda ditada pelos meios de comunicação. Mas ainda estamos falando de um padrão único para todos. Nada de grupos distintos, até chegarmos nos anos 60.
Ah, sim. Os anos 60. O mundo pós-guerra dos anos 50 mudou completamente tudo que dizia respeito ao estilo de vida, principalmente dos americanos, que passaram a ditar a cultura mundial. Do estrondo de Elvis, aos solos de Chuck Berry; do estilo alegre de Ray Charles ao sensualismo de Marylin Monroe. Sim, os anos 60 acabaram com esses famosos que fizeram história nos anos 50, mas sua época já estava chegando ao fim. Eles se tornariam ícones anos mais tarde. Porém, a nova década trouxe a rebeldia inspirada por James Dean e o mundo passou a olhar mais para o futuro. O que foi encontrado com essa visão da vanguarda? O seguinte pensamento: “o futuro aos jovens pertence”. E foi assim que os influenciadores se voltaram para uma moda mais unissex. Calças jeans, jaquetas de couro, gel para cabelo. Os rebeldes (sim, aqueles eram rebeldes – por favor, não faça analogia alguma com aquela novela latina) passaram a fumar cigarro e a andar em grupinhos com aqueles que tinham o mesmo estilo. A divisão por parte de gostos começava na juventude americana. Enquanto os “boys” se aglomeravam no carro conversível do mais riquinho da turma só para chamar a atenção das garotas que começavam a usar mini-saias, os hippies procuravam apreciar a natureza e a emoção, além de pregarem um futuro de paz e harmonia, protestando contra o sistema capitalista e guerreiro da época.
Já nos anos 70 houve a grande miscigenação dos estilos. Os hippies deixaram de ser isolados e entraram na cultura de forma estrondosa, principalmente pela simpatia dos seus ideais pacíficos. Agregue isso a cultura dos negros, a proliferação do mundo gospel e do romantismo. Pronto! Temos calças boca-de-sino, cabelos Black Power, camisas floridas, penteados dos mais diferenciados. Era como um self-service: a loja te apresentava mil modelos e você os combinava do jeito que bem queria. Paralelamente, alguns boys rebeldes ainda fumavam em seus conversíveis nas estradas de Las Vegas, enquanto no submundo da música os punks ganhavam força e dominavam as noites, azucrinando e perturbando qualquer um que cruzasse seus caminhos.
Então chegou a promissora década de 80. As microfibras e roupas de academia invadiram os manequins que imitavam Fred Mercury. A moda brega e extrapolada contagiava os clipes das bandas da época. Ser colorido ao extremo e possuir o cabelo extravagante era a moda do momento. Porém, mais oculta por essa nova tendência, os punks e góticos continuavam seu trabalho medonho, sendo repugnados pela sociedade e pela mídia. Acredita-se que seja nesta época, através de alguma mistura ocorrida nos grupos de hardcore, que tenha surgido o famoso emocore (para os mais chegados, os Emos), porém ainda apresentavam-se somente em uma ou outra música da banda, não tendo predominância no estilo que o grupo seguia. Os riquinhos rebeldes da universidade ainda existem, mas já são tachados como os vilões mimados da mídia.
Então, nos aproximamos com os anos 90. Devido a grande quantidade de criações das décadas anteriores, os “noventistas” passaram a criar derivações dos estilos, puxando o rock para o seu lado mais descontrolado ou o hippie para um estilo de vida mais moderno. Surgiram assim os grunges, os metaleiros, os extremo-góticos, os clubbers. Apesar de eles sempre existirem, foi nesta década que eles começaram a se isolar dos demais da sua origem e passaram a se dividirem mais dentro de seus próprios estilos. No mundo pop, Kate Moss era o padrão das mulheres, enquanto as mais “descabeçadas” se aglomeravam no “clubberismo”. E talvez seja neste ponto que eu começo a ser mais pessoal do que histórico.
Como disse nosso dicionário amigo lá em cima, a moda tende-se para o passageiro e mutante, enquanto o estilo propaga-se independente da época. Por exemplo, apesar de os anos 70 florescerem descontroladamente com os hippies, eles existem até hoje e ainda têm seus ideais de paz. Assim também os grupos punks, embora com menos força que outrora, costumam causar algum estrago. Porém, a moda (hoje em dia tratada pelo diminutivo “modinha” – da qual eu concordo a nominal, pelo fato de ser algo minúsculo e ridículo) é passageira e afeta a juventude (que não dominará o mundo amanhã, pois já o dita hoje) fraca e carente, que necessita de um líder que os diga o que fazer. Quem sonhava em se vestir como a moda putrefata há sete anos atrás hoje se contenta em molhar a franja. Ou seja, a maior parte da juventude atual não segue um padrão adotado pela condição social de seu estado ou pela influencia musical que lhe é preferida. De forma alguma! Se vestem com aquilo que o outro está vestindo, da qual por sua vez estava olhando para o que um aproveitador disse ser a “parada do momento”.
Sim, dos anos 90 para cá a sociedade jovem se desmantelou e perdeu qualquer laço de amizade antes considerada pelo que a pessoa é. Os grupos passaram a se acumular devido ao modo de vestir que, em vez de corresponder ao que a pessoa deseja corresponde ao que o grupo quer. Percebe o círculo vicioso que isto causa? Abandonar a sua raiz, esquecer o universo de estilos que já existiram para encontrar a combinação que mais lhe agrada (como se fazia nos anos 80), perdeu o valor. Basta você ver o que o grupo está vestindo. E logo isto vai morrer. Sim, lógico que vai. Os clubbers morreram!
E o que temos agora? Emocore! Mundo sentimentalista que em vez de buscar o estado de espírito momentâneo do ser, tendência sua vida para um eterno desconformismo e uma depressão equilibrada constante. Para a nova moda, não se escuta AC/DC quando se está alegre e elétrico e não se busca Led Zeppelin no momento em que está pensativo. Cito esses exemplos seguindo o meu padrão, mas cada um deve possuir o seu. Porém, espero que alguém me diga: QUAL A FUNCIONALIDADE DE SE ESTAR SEMPRE TENTANDO SER DEPRESSIVO?
Infelizmente, não há resposta. Acredito que na verdade é somente a busca atual da juventude por encontrar uma personalidade que ele não pode criar. É encontrar um caráter que ele não pode formar desde criança. É achar no outro o “você”. Em suma, é deixar de ser você mesmo, porque não pode encontrar-se.
Mas, não se preocupem caros leitores. Segundo as estimativas, daqui cinco anos esta raça entrará em extinção. Teremos alguns momentos de paz até que outra moda nasça das cinzas desta (torço para que a próxima geração encontre um meio de vida mais alegre) e veremos os shoppings e praças sem munhequeiras pretas, franjas esticadas e sombras exageradas. Sim, do clubber colorido cheio de cores passamos ao emo descolorido. Abro um parêntese aqui, pois não posso deixar de comentar que já se chegou a seguinte conclusão: um certo clubber não tinha mais dinheiro para comprar purpurina. Triste pelo fato, ele começou a chorar. Surgia assim o primeiro emo. E assim, a partir de um emo que não encontrará mais desgosto na vida, virá a próxima moda.
A você leitor, peço o seguinte: que tenha compreensão, em momento algum quis ofender seu estilo musical. Mas dou meu conselho: seja você mesmo e busque variações que lhe agradem. É deveras enjoativo olhar uma roda em que todo mundo é ridiculamente igual.


4 comentários:

Anônimo disse...

Pottinhoooooo
simplesmentee ameeiii :DDD
Muyyy bom o post!
Mtu culto pra quem se dita não cultoo
hUAHuahUAHuahU ;X

Ameei
Beeijãooo Mah

Jéssica Teles disse...

caraaa, eu sei quee eu ja te disse issoo hoje pkoaskpoas
mas oow, arrumaa um empregoo na Veja, vira professor de história e escrevee um livroo xD

vai teer muuuito sucessoo, tu vai veer

beeeeijos

Unknown disse...

NOSSA VELHOOOO !!!!!!!

REGASSADOR ESSE POST !!!

DO CARALHO !!!

FIKO MTO FODA !!

VC CONSEGUE ESCREVER MELHOR AINDA COM RAIVA DAS COISA CARA !!

KKKKKKKKKKK

Té + CARA
Tah Mto foda !!

Mr. Ren Pach

Israel Oliveira dos Santos disse...

É isso aí, Ma!!

O que eu curto na minha vida é que quem vive ela sou eu !!!

Abraço, irmãozão!!

Te amo !