quinta-feira, 13 de março de 2008

Excursão com a Morte - Parte II

Paulo serrou seus olhos e, quando os abriu de novo, estava em um bosque calmo e tranqüilo. Diversos pássaros pairavam e cantavam no céu. As copas das árvores chacoalhavam calmamente. A Morte, ainda ao seu lado, pegou-lhe pelo braço e o conduziu até uma clareira. Lá pararam e ficaram a observar um homem que usava uma túnica muito bonita, porém de uma época há muito passada, deitado à sombra de uma árvore.
- Quem é – Paulo começou a perguntar, mas foi interrompido com um pedido de silêncio pelo seu companheiro sombrio.
- Observe – a Morte disse.
Por trás dos arbustos surgiu uma figura de outro homem, com uma túnica mais pobre, porém tão robusto quanto o primeiro. Carregava em suas mãos uma pesada pedra e em seus olhos saía a fúria. Silencioso, postou-se atrás do homem, que neste momento percebeu a presença do agressor.
- Irmão? – A dúvida da vítima era evidente. Ele não sabia nem o que dizer. – O que fazes, irmão?
E antes que a resposta viesse, a pedra desceu sem piedade ao encontro da cabeça do pobre homem.
Paulo soltou um grito e fechou os olhos.
- Pare! O que ele está fazendo? PARE!
- É inviável gritar – a Morte respondeu secamente. – Isto já aconteceu há muito tempo, na aurora da humanidade. Quem dera tudo tivesse sido diferente. Mas vamos. Apesar de ter sido o primeiro homicídio da história de vocês, não é aqui que eu quero me conter.
E antes que Paulo pudesse pensar novamente, eles já estavam em cima de uma edificação. O viajante estava atordoado, não podendo acreditar na cena que acabara de ver.
- Levante-se. Você não poderia fazer nada por ele. Observe a vista daqui.
Paulo levantou-se e, desnorteado, olhou para a paisagem. Uma grande cidade estava diante de seus olhos e a arquitetura característica fez com que o historiador logo a reconhecesse.
- Roma!
- Exatamente. Vamos, não temos tempo a temer. A reunião já começou e César já está sendo pressionado.
- O quê?
A Morte novamente segurou-lhe pelo braço e o conduziu apressado por entre uma imensa porta. Apertaram o passo por entre os corredores até chegaram a uma porta normal, que dava para um salão rodeado de bancos. Paulo espiou pela porta e pode ver uma grande confusão. Alguns homens gritavam e pressionavam a um só pobre coitado, que caiu de joelhos ao chão questionando-se. A agitação era tamanha que não foi possível ver a fisionomia do homem. Logo, todos os outros tiraram adagas de suas vestes e as induziam contra aquele que já estava no chão.
Paulo encostou-se na parede, fechou os olhos e tapou os ouvidos, pois sabia que algo bom não iria acontecer. Mas ele só teve certeza quando, após vários gritos do pobre senhor que estava sendo atacado, o silêncio caiu. Os agressores não falavam mais nada. Paulo destapou os ouvidos e, mesmo sem ver, prestou atenção no acontecia na sala atrás da parede.
Entre os gemidos já sem força, um voz rouca ecoou:
- Até tu, ó Brutus?
O tinido de uma faca cortando o ar e um gemido colocaram fim a confusão.
- Basta – disse a Morte que parecia contente com o desespero de Paulo. – Temos mais a ver. Venha.
- Não! Leve-me de volta. Não vou ser obrigado a ver isso.
- Você não foi obrigado meu caro. Está apenas a ver meu serviço, da qual você optou para salvar a própria vida e me responder uma questão. Dê-me sua mão. Estamos apenas começando a nossa viagem.
Paulo não sabia o que fazia. Estendeu a mão, tremendo, e levantou-se. Como um vulto, ele foi levado para outro lugar.

2 comentários:

Mayara Barrocas disse...

Táa na horaa de att akee heein
Cadee os textinhoos massas que eu leioo heein?!?!?!
Ahn?! Ahn!?

HUuummm ...

Felipe Gomes disse...

bommmm!!